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Ciclismo com menos quantidade e mais qualidade

Já lá vão os tempos onde para se ser o campeão lá do bairro era necessário muito volume de treino. Na verdade muito volume de treino por si só, não é preditor de nada

 

Princípio #1: Menos quantidade e Melhor qualidade

O que conta é se esse volume tem ou não tem a intensidade certa. Apesar de em teoria todos já saberem disto, muitos ainda continuam a pensar que para obter melhor rendimento temos de treinar mais horas por semana do que as que estamos a treinar agora.

Mas mais horas nem sempre significa melhor qualidade. Lembram-se do artigo em que falei sobre o metabolismo aeróbio e anaeróbio? Lá eu explico que cada intensidade só é possível ser trabalhada em determinados intervalos de tempo. Se o treino for muito alongado, vamos ter mais dificuldade em trabalhar as intensidades mais altas, e isso torna-se um problema.

Várias pessoas acham que o seu maior problema para a falta de resultados é a falta de tempo para treinar, e a sua consequente falta de “horas de treino” nas pernas. Mas na verdade esse não é o grande motivo dessa falta de resultados.

A grande questão prende-se sobretudo com falta de treinos curtos onde desenvolvem as intensidades mais altas. É nesses treinos que se trabalham capacidades como a velocidade, força, e potência aeróbia e anaeróbia. E sabem qual é a melhor parte? É que as melhores alturas para treinar isto é quando vamos sozinhos e temos pouco tempo. Ou seja durante os dias de trabalho.

Ao final de semana já temos mais tempo, podemos fazer treinos mais longos, trabalhar mais a endurance, e trabalhar mais técnicas de grupo, ou por exemplo técnica específica do BTT (existem muitas hipóteses aqui).

Por isso, pensem sempre: Será que a primeira coisa que devem fazer para mudar é acrescentar mais tempo de treino?

Calma! Comecem por otimizar o tempo de treino atual com melhor qualidade. Depois sim, poderão pensar nessa opção. ? E por falar em optimização de tempo. Que tal pouparem imenso tempo a procurar as melhores informações sobre como evoluir no ciclismo, quando podem tê-las no vosso email? Inscreve-te no formulário abaixo e recebe todos os nossos conteúdos gratuitamente! ?

Princípio #2: Volume de competição vale mais do que volume de treino

Também ainda um pouco dentro do tópico anterior, onde falamos de qualidade em vez de quantidade, analisemos agora a qualidade quanto ao tempo de competição que o nosso volume de treino inclui. Para fazer passar melhor a minha mensagem, gostava de usar uma analogia que acho ser perfeita para ilustrar esta situação: Toda a gente já nasce praticamente a saber que o ouro vale mais do que a prata, certo? É tão básico que ninguém questiona. O que vale mais? 5g de ouro ou 50g de prata? A resposta é 5g de ouro!

O nosso volume de treino funciona na mesma proporção. O treino é a prata, e a competição é o ouro.

O que vale mais então? 4h de treino, ou 2h’30 de competição? Penso que muitos aqui poderiam entrar em debates intermináveis. Mas eu vou dar o meu parecer. A meu ver, este é um aspeto de que muitos ciclistas se esquecem de considerar quando analisam o treino efetuado (e, tal como vamos ver mais à frente, o volume de treino planeado).

Então, mas qual o problema aqui?

Bom, na verdade existe um princípio na gestão do volume de treino que é: Quanto mais tempo de competição eu tiver por semana, menos volume de treino vou precisar de fazer nessa mesma semana. Confusos? Vamos então criar aqui um caso a título de exemplo: Ao utilizarmos este princípio, vamos supor que, a título de exemplo, uma semana de treino tem 14h no total. Não é relevante aqui se são 6, ou 5, ou 4 dias de treino por semana. Vamos apenas partir deste número como exemplo.

Ora, dessas 14h de volume de treino semanal, quantas serão feitas em competição? Vamos imaginar que temos uma competição no Domingo, e isso inclui 2h30′ de prova.

Automaticamente, essas 2h30′ de competição são de muito melhor qualidade do que quaisquer 2h30′ que passemos na bicicleta a treinar. Isto porque o estímulo da competição é francamente superior ao do treino. Logo, se eu venho de uma série de semanas consecutivas com aumentos progressivos no volume semanal de treino, apenas treinando, quando começar a competir, tendo 2h30′ nessa semana, não preciso de fazer um volume de treino muito elevado durante o resto da semana, pois a competição em si já me vai compensar.

Por isso, é normal que microciclos de competição tenham menor volume do que microciclos sem competição. É perfeitamente possível (e eu pessoalmente recomendo) adequar o fator competição à nossa gestão do volume de treino, percebendo que quando ela existe, por norma não é necessário treinar tanto.Por isso é que um dos princípios básicos da evolução do ciclista, é ter um calendário de competições bastante bem elaborado de ano para ano, para que as competições por si só já sejam um incremento no seu rendimento.

Eu falo muito ao detalhe sobre isso no meu artigo sobre como criar um calendário de competições absolutamente vencedor. Dá uma vista de olhos e percebe como este fator pode fazer toda a diferença na tua gestão do volume de treino semanal. Mas claro, para isso ser posto em prática de uma forma eficiente, é preciso planear os treinos com antecedência, e calcular bem os diferentes volumes de treino.

Como fazemos isso? Bom, continuem a ler pois no tópico seguinte vão encontrar a resposta.

 

Fonte: Fonte: https://segredosdociclismo.com/

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